

Setor de turismo assina Declaração de Glasgow para Ação Climática
Instituições concordam em reduzir emissões do setor pela metade até 2030 e atingir o Net Zero assim que possível e antes de 2050
Oficialmente divulgada no sexto dia da COP26, 05 de novembro, pela Organização Mundial do Turismo (OMT) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a Declaração de Glasgow para Ação Climática no Turismo, assinada por mais de 300 instituições do setor e governos, é considerada um catalisador no combate às mudanças climáticas no setor de turismo.
Em conformidade com os objetivos do Acordo de Paris, os signatários declararam o compromisso de proporcionar uma ação climática eficaz, assumindo a meta global de reduzir as emissões do turismo pela metade até 2030 e atingir o Net Zero, neutralidade de emissões, assim que possível e antes de 2050. Os signatários pretendem alinhar suas ações com as recomendações científicas mais recentes para assegurar que suas abordagens são consistentes com um aumento de não mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais até 2100.
Por meio da declaração, é reconhecida a necessidade de se adotar padrões de consumo e produção sustentáveis, considerando não apenas o valor econômico, mas também a regeneração dos ecossistemas, biodiversidade e comunidades, de forma justa e inclusiva.
Governos, agências, instituições financeiras e organizações se comprometeram a entregar planos de ação climática em até 12 meses da assinatura da Declaração ou adequar os eventuais planos já existentes às metas acordadas; e reportar, anualmente, os progressos em relação aos objetivos intermediários e de longo prazo, bem como as ações adotadas para tanto.
Para assegurar o alinhamento das ações no setor, os signatários irão seguir cinco pilares na elaboração e gestão de seus planos, quais sejam:
- Mensurar de forma transparente todas as emissões relacionadas ao turismo, de forma alinhada às diretrizes da UNFCCC para mensuração, reporte e verificação de emissões;
- Estabelecer metas alinhadas com a ciência climática para acelerar a descarbonização;
- Reestabelecer e proteger ecossistemas, apoiando comunidades afetadas e vulneráveis em construção resiliente, adaptação e resposta a desastres;
- Trabalhar de forma colaborativa com partes interessadas, de modo a assegurar a efetividade dos planos pretendidos, aprimorando as estruturas de governança pertinentes;
- Garantir saúde financeira para assegurar que os recursos sejam suficientes para cumprir com os objetivos estabelecidos.
Segundo a Organização Mundial do Turismo, em relatório publicado em dezembro de 2019 – Transport-related CO2 Emissions of the Tourism Sector, as emissões de gases de efeito estufa no setor de transporte relacionado a turismo poderiam representar 5,3% de todas as emissões globais provocadas pelo homem até 2030. A expectativa com a assinatura da Declaração é que tal cenário de emissões previsto seja revertido.
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*Com a colaboração de Maria Eduarda Garambone, Anna Carolina Gandolfi, Mariana Diel e Gabriel Bispo de Oliveira.