Organizações mundiais se reúnem para redução de gases de efeito estufa
Setor siderúrgico é o primeiro a ser pressionado para assumir compromissos no combate às mudanças climáticas
Com o intuito de garantir que as maiores empresas emissoras de gases de efeito estufa (GEE) reduzam suas emissões e assumam iniciativas de combate às mudanças climáticas, cinco organizações mundiais – Asia Investor Group on Climate Change (AIGCC), Ceres, Investor Group on Climate Change (IGCC), Institutional Investors Group on Climate Change (IIGCC) e Principles for Responsible Investment (PRI) – criaram o Climate Action 100+, em dezembro de 2017. A iniciativa, que atualmente reúne 615 investidores com $55 trilhões de dólares em aplicações, tem como objetivo engajar 167 das principais empresas emissoras de GEE a, principalmente, aderirem a um programa de eliminação de emissões de gás carbônico (CO2) em toda sua cadeia produtiva.
Nessa esteira, o Climate Action 100+ publicou, em março de 2021, planos de transição individualizados para que as principais 167 empresas pudessem estabelecer políticas climáticas e de redução de emissões, a exemplo de estratégias para descarbonização a longo prazo. Entretanto, considerando as particularidades de cada setor, a iniciativa publicou, em 04 de agosto de 2021, o relatório “Global Sector Strategies: Investor Interventions to Accelerate Net Zero Steel“, com o objetivo de auxiliar a aceleração da descarbonização do setor siderúrgico, um dos principais emissores de GEE.
De acordo com o relatório, até junho de 2021 apenas 9 empresas siderúrgicas (China Baowu, ArcelorMittal, China HBIS, Nippon Steel, Posco, US Steel, Thyssenkrupp, SSAB e Outokumpu), representando 20% da produção global de aço, comprometeram-se a zerar suas emissões até 2050, enquanto 80% do mercado ainda não havia se comprometido com políticas de descarbonização, o que se faz necessário para atender aos objetivos do Acordo de Paris. Nesse sentido, o documento se propôs a estabelecer um panorama do setor siderúrgico e seus principais impactos climáticos, a fim de convencer empresas e investidores sobre a necessidade de aderência à iniciativa de descarbonização do setor.
Para saber mais sobre iniciativas de redução de gases de efeito estufa, conheça a prática de Direito ambiental e Mudanças climáticas do Mattos Filho.
*Com colaboração de Anna Carolina Gandolfi, Bernardo Andreiuolo Tagliabue, Danielly Pereira, Maria Eduarda Garambone e Mariana Diel.