A relevância do hidrogênio verde para a descarbonização da economia
Nova tendência de produção ganha visibilidade e investimento mundial, potencializando a substituição do dióxido de carbono
O Relatório Global de Hidrogênio de 2021 da Agência Internacional de Energia (AIE) – Global Hydrogen Review 2021, lançado em 4 de outubro de 2021, indicou que há sinais de crescimento global da produção de hidrogênio verde e de quedas de preço, tornando-se promissora para a descarbonização da economia mundial.
O hidrogênio é utilizado para diversos fins, desde a produção de fertilizantes até o setor petroquímico e indústria de transportes pesados. Atualmente, grande parte da produção mundial é de hidrogênio cinza, isto é, hidrogênio cuja produção possui intensiva emissão de dióxido de carbono, uma vez que advém, principalmente, de gás natural ou carvão. Entretanto, alternativas para esse modelo estão ganhando tração. Temos o hidrogênio azul, cuja produção também é advinda de combustíveis fósseis, mas o dióxido de carbono emitido é capturado durante o processo, e o hidrogênio verde, produzido a partir de fontes 100% renováveis, sem nenhuma emissão de dióxido de carbono.
O hidrogênio verde tem se mostrado como a alternativa mais promissora para a descarbonização de diversos setores da economia e vem sendo a aposta de muitos países europeus para alcançarem a neutralidade carbônica. Fundada em 2020, a siderúrgica sueca H2 Green Steel pretende entrar em operação em 2024, com o objetivo de produzir cinco milhões de toneladas anuais de aço em 2030 sem nenhuma emissão de dióxido de carbono. Na Bélgica, estão sendo testadas células de combustível movidas a hidrogênio em embarcações de menor porte. A respeito desses, o Relatório Global de Hidrogênio de 2021 da AIE aponta que a produção global de hidrogênio de baixa emissão de CO2 é mínima devido ao alto custo e uso ainda limitado.
Desde o relatório especial sobre o futuro do hidrogênio para o G20, divulgado em 2019 pela AIE, nota-se sinais de crescimento generalizado do hidrogênio verde. Enquanto em 2019 apenas a França, o Japão e a Coréia tinham estratégias relacionadas a esta alternativa, hoje 37 governos já a possuem ou anunciaram que estão trabalhando para desenvolvê-las.
A AIE aponta que os governos precisam se mobilizar para que o hidrogênio alcance seu potencial e aponta que políticas, investimentos e avanços tecnológicos são essenciais para que o hidrogênio verde atinja valores competitivos.
Para mais informações, conheça a prática de Direito ambiental e Mudanças climáticas do Mattos Filho.
*Com a colaboração de Anna Gandolfi, Bernardo Tagliabue, Danielly Pereira, Gabriel Oliveira, Maria Eduarda Garambone e Mariana Diel.