Apesar da crise, mercado se movimenta por IPOs
Com o índice Bovespa dando sinais de recuperação, empresas brasileiras retomam suas tratativas de ofertas
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A expectativa dos investidores, no início de 2020, era que o ano seria de muitas oportunidades, principalmente no que diz respeito à abertura de capital de novas empresas na bolsa de valores. No entanto, a crise causada pela pandemia do novo coronavírus frustrou o mercado e adiou os planos de grandes empresas brasileiras.
Cerca de quatro meses depois do auge da crise, a retomada de tratativas das ofertas começa de forma seletiva, mas bastante otimista. Com o índice Bovespa voltando ao patamar dos 90 mil pontos e dando sinais de recuperação, as empresas já articulam, de maneira mais concreta, seus planos para a retomada dos IPOs.
Retomada dos processos
De acordo com o sócio de Mercado de Capitais, Jean Arakawa, as companhias que já tinham IPOs programados antes do início da pandemia devem ser as primeiras a retomar os projetos. “Algumas companhias que já tinham começado o processo, devem voltar, e aquelas companhias que já estavam olhando para o segundo semestre para uma captação, continuam com os planos”.
Ainda segundo o sócio, há o grupo das empresas já listadas, que deve recorrer ao mercado para fortalecer o caixa. Nesse mesmo ritmo, os follow-ons também estão previstos para estimular o apetite dos investidores.
Perfil dos investidores na retomada das operações
Com o reposicionamento da poupança e a taxa de juros baixa, o mercado de ações passa a ser uma boa alternativa para os investidores.
Os investidores que querem investir no país nesse momento se dividem em três grupos:
- aqueles investidores que não querem investir por uma questão de fluxo líquido baixo;
- aqueles que veem no país uma oportunidade, mas ficam relutantes por conta da pandemia;
- e aqueles que veem uma oportunidade específica para investir no país.
Jean Arakawa destaca que, apesar da crise, os investimentos estrangeiros no mercado de capitais brasileiro podem acontecer. “Não descartaria a demanda internacional pelos IPOs, por conta dos investidores que olham para as oportunidades futuras no país”.
Modelo de “esforços restritos”
Algumas empresas podem optar por entrar na Bolsa por meio das ofertas públicas distribuídas com esforços restritos. Esse tipo de IPO é validado pela Instrução 476, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), permitindo que a oferta seja feita para até 75 investidores, dos quais 50 podem investir.
Além disso, os investidores devem ter patrimônio investido de, pelo menos, R$ 10 milhões, e as ações de esforços restritos não podem ser vendidas no mercado secundário por um período de 18 meses.
Para mais informações sobre o cenário de IPOs, conheça a prática de Mercado de Capitais do Mattos Filho.