

A importância dos investidores para o futuro do ESG
Critérios socioambientais indicam um novo momento dos investimentos pelo mundo
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A pauta ESG vem ganhando cada vez mais força pelo mundo dos negócios nos últimos anos e, mais ainda, após a pandemia. A sociedade e o mercado como um todo têm olhado com muita atenção para o tema e, principalmente, em como as empresas se adequam a essa realidade. Fatores ESG se tornaram um diferencial para organizações e um critério importante no processo decisório sobre investimentos.
Esse movimento traz novas perspectivas para um caminho sustentável e o futuro das companhias, principalmente no que diz respeito a investimento, tanto para investidores qualificados quanto para os de varejo.
A sócia da área de ESG Marina Procknor participou da live ‘Donos do dinheiro: o posicionamento de investidores na pauta ESG’, promovida durante o evento Expert XP 2021 e afirmou que já é possível notar esse movimento na prática, especialmente quando um fato isolado impacta o preço de ações das empresas repentinamente. “O cenário que se vê é de investidores atentos ao que as marcas fazem, além de uma sociedade que vem demandando novos padrões de valor e propósito para as empresas”, destacou Procknor.
Assista à palestra da sócia Marina Procknor no Expert XP 2021.
Esse comportamento faz com que as empresas entendam o ecossistema que está a sua volta e transformem a agenda ESG em algo internalizado e transversal na sua cultura, de maneira que os fatores de risco deem espaço para oportunidades estratégicas com objetivo de atrair investimentos e proporcionar alta rentabilidade.
ESG nas empresas
O mundo corporativo passa por um momento delicado em questões socioambientais, que impactam diretamente a condução dos negócios e a performance das empresas que não ajustarem esses pontos.
Neste contexto, por exemplo, as mudanças climáticas vêm afetando a produção e o preço de matéria-prima, assim como questões étnico-raciais podem gerar desgastes na sociedade e cultura das empresas, dificultando desenvolvimento e a retenção de talentos, entre muitos outros fatores.
“Cada empresa que implementa uma jornada ESG tem um processo específico considerando sua organização interna e o seu setor de atuação. Por isso, a companhia precisa realizar, com o apoio de especialistas, um diagnóstico e um mapeamento de aspectos ambientais e sociais que são mais relevantes para seu negócio, planejamento e stakeholders”, afirma o sócio Antonio Augusto Reis, também da prática ESG.
Setor regulatório e a pauta ESG
O mercado costuma se adequar às demandas e, no caso de ESG, não é diferente. O desempenho das companhias tem sido, cada vez mais, um fator determinante na escolha dos investidores, que estão em busca de investimentos responsáveis.
“Pesquisas recentes mostram que a grande preocupação dos investidores nos anos 2000 eram questões ambientais e diversidade no board. Essa nova geração entende que inovar é promover acesso à informação e, no mundo corporativo, é investir em um mundo mais sustentável”, aponta a sócia Marina Procknor.
Essa transformação também vem acompanhada de um movimento regulatório pelo mundo, com metas de descarbonização na China e União Europeia, o que traz uma nova perspectiva para investimentos em atividades e empresas com compromissos sustentáveis.
Ainda que atrás de países que lideram a agenda, o Brasil também está nesse “movimento”, impulsionado por exigências do Banco Central para que instituições financeiras tenham política de responsabilidade socioambiental, e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que solicitou às empresas de capital aberto que incluam as práticas de governança em seus relatórios.
“O mercado tem sido exigente, tanto para investimentos em companhias fechadas quanto para aquelas de capital aberto ou que pretendem realizar ofertas no futuro. O mundo dos investimentos está mudando profundamente e aqueles que não acompanharem as demandas ESG e as exigências regulatórias terão cada vez mais dificuldade na captação de recursos”, ressalta o sócio Bruno Tuca, da área de ESG.
Apesar dos avanços nos últimos anos, ainda há espaço para melhorias no futuro. A adoção de critérios ESG é vista como um caminho sem volta, que propicia um melhor ambiente de negócios e exige mais transparência dos gestores sobre onde e como o capital está sendo investido.
Para saber mais sobre o tema, conheça a prática ESG do Mattos Filho.