

Fintechs e os impactos da crise do novo coronavírus
Como este segmento poderá ser atingido com o avanço da pandemia
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Em meio à pandemia da Covid-19, as fintechs, que são empresas financeiras com alto potencial inovador e tecnológico, se encontram em um momento de oportunidades e desafios importantes. Na avaliação da sócia de Bancos e Serviços Financeiros, Larissa Arruy, muitas dessas fintechs podem alavancar suas atividades nesse momento, já que são nativas do ambiente digital e, em geral, suas atividades são estabelecidas a partir de uma plataforma e de instrumentos digitais de ponta, úteis e alinhados com a dinâmica exigida pelo cenário de isolamento social. “As fintechs podem oferecer o suporte tecnológico que as instituições financeiras tradicionais necessitam, já que a demanda por agilidade para a transformação digital é grande”, afirma. No entanto, isso não significa que o segmento não poderá sofrer com a crise do novo coronavírus. Isso porque a maioria das fintechs são startups que dependem de investimentos e financiamento para alavancar o desenvolvimento e crescimento de seus negócios. “Nesse momento de crise, o investidor tende a ser mais cauteloso na hora de alocar recursos”, diz Larissa. Além disso, muitas fintechs adotam um modelo de crescimento baseado na aquisição de novos clientes, o que se traduz em um custo extra para a empresa financeira de tecnologia.
Financiamento do BNDES
Na tentativa de amenizar os efeitos da pandemia nesse segmento de negócio, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou que as Sociedades de Crédito Direto – conhecidas como fintechs de crédito – financiem suas operações com recursos de repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além disso, elas também poderão emitir cartões de crédito, ampliando o leque de produtos disponíveis à sua base de clientes.
Dentro das medidas emergenciais, o BNDES também estabeleceu uma linha de R$ 5 bilhões em capital de giro para micros, pequenas e médias empresas que pode beneficiar fintechs que se enquadrem nessas categorias. “Essas medidas tomadas são boas para o setor, e a perspectiva é que outras sejam adotadas ao longo da crise”, complementa Larissa Arruy.