Embrapa celebra 50 anos com papel estratégico na evolução da agropecuária nacional

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) comemora, em 26 de abril de 2023, 50 anos desde que sua primeira diretoria foi empossada (em 26 de abril de 1973). A partir disso, a entidade tem contribuído de forma relevante para o avanço da agropecuária nacional, com o desenvolvimento de tecnologias, conhecimentos e informações técnico-científicas voltadas para esse setor, de tal modo que o passado e o presente da Embrapa se misturam com a própria história da pesquisa pública agropecuária no Brasil.

Especialistas do escritório prepararam um breve artigo sobre o legado histórico e a relevância da Embrapa para a o setor agropecuário nacional. Confira abaixo.

História da Embrapa

Instituída pela Lei nº 5.851/1972, a Embrapa é uma empresa pública, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Brasil, que tem como finalidades a promoção, estímulo, coordenação e execução de atividades de pesquisa com o objetivo de produzir conhecimentos e tecnologia para o desenvolvimento agrícola no país, além do apoio técnico e administrativo a órgãos do Poder Executivo, com atribuições de formulação, orientação e coordenação das políticas de ciência e tecnologia no setor agrícola.

Em 1974, os primeiros centros nacionais de pesquisa agropecuária, coordenados pela Embrapa, foram criados, os quais eram subdivididos por produtos – isto é, trigo, arroz e feijão, gado de corte e seringueira, e situados em diferentes estados do Brasil, como Rio Grande do Sul, Goiânia, Mato Grosso do Sul, e Amazonas, respectivamente.

Hoje, a Embrapa é uma das maiores instituições de pesquisa do mundo tropical. Possui mais de 7.700 empregados e 2.100 pesquisadores, com mestrado e doutorado. Seu orçamento é de aproximadamente R$ 3,6 bilhões por ano. Lidera uma vasta rede nacional de pesquisa agropecuária que, de forma coordenada, desenvolve pesquisas nas diferentes áreas geográficas e campos do conhecimento científico, o que compreende temas como cultivares, inoculantes e fertilizantes, processos de produtos e de criação, além de softwares e aplicativos.

A Embrapa e o setor agropecuário

A agricultura é reconhecida por fomentar o crescimento da economia brasileira. Conforme consta do VII Plano Diretor da Embrapa 2020-2030, esse é um dos setores que mais contribui para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional sendo que, em 2019, já era responsável por 21% da soma de todas as riquezas produzidas, um quinto de todos os empregos e 43,2% das exportações brasileiras, chegando a U$ 96,7 bilhões naquele ano.

Como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o Brasil é capaz de exportar para cerca de 200 países, sendo referência em ciência e tecnologia para a agropecuária, e uma importante fração desse resultado se deve à Embrapa. Conforme consta no Balanço Social 2022 da empresa, “o principal impacto de longo prazo gerado pelos conhecimentos e tecnologias da Embrapa para a agropecuária nacional foi a redução de custos dos alimentos e o aumento sustentável da oferta, o que resultou na diminuição do valor da cesta básica em mais de 50% nos últimos 50 anos”.

Esses não são os únicos resultados e impactos da Embrapa para a sociedade brasileira. Somente em 2022, a Embrapa demonstrou um lucro social de R$ 125,88 bilhões e mais de 90.000 novos empregos. A maior parte do conhecimento produzido pela Embrapa é disponibilizado para a população, incluindo tecnologias e soluções relacionadas a políticas públicas ou a processos e sistemas agropecuários. Dentre as mais recentes, destacam-se:

• A fixação biológica de nitrogênio na cultura da soja (responsável por mais da metade do Lucro Social da Embrapa em 2022);
• As cultivares de capim Marandu e Mombaça de produção animal;
• As soluções relacionadas ao manejo e à correção do solo;
• O sistema de zoneamento agrícola de risco climático;
• O software que faz a gestão ambiental das granjas de suínos (Sistema de Gestão Ambiental da Suinocultura);
• A tecnologia que substitui carne por fibras do bagaço de caju;
• A solução que recupera o mercado da banana-maçã (BRS Princesa);
• A pesquisa que consolida a produção nacional de alho-semente livre de vírus;
• O curso de criação das abelhas nativas brasileiras sem-ferrão;
• A nanotecnologia que combate o desperdício e aumenta a vida de prateleira dos alimentos.

Todas essas soluções tecnológicas contribuem para o aprimoramento das técnicas utilizadas na atividade agropecuária e tem como consequência a promoção da sustentabilidade ambiental, resultando em avanços setoriais, econômicos, sociais, educacionais, entre outros. Inegável, portanto, o papel da Embrapa como uma das grandes responsáveis por tornar a agropecuária brasileira um dos principais motores econômicos do país.

A celebração desse marco importante de 50 anos da Embrapa reforça a relevância da ciência em setores como o do agronegócio, cada vez mais impactado pela inovação tecnológica, acelerando o desenvolvimento social e econômico do país.

Para mais informações sobre este ou outros temas relacionados ao setor agropecuário, conheça nossas práticas de Life Sciences e Saúde e Agronegócio do Mattos Filho.

*Com a colaboração de Thais Cristina de Jesus