Diretora de RH do Mattos Filho explica novo programa de saúde mental
Renata Maiorino fala sobre a importância do programa de saúde mental do escritório, iniciativa permanente que será conduzida por especialistas
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Lançado oficialmente no início de setembro, o Mind, programa permanente de saúde mental do Mattos Filho, contará com iniciativas conduzidas por especialistas e pautadas por sete pilares: atividade física, alimentação adequada, interações sociais, emoções positivas, sono, treinamento cerebral e meditação.
Para falar sobre sua importância e futuras ações, conversamos com Renata Maiorino, diretora de Desenvolvimento humano do escritório. Durante o bate-papo, Renata trouxe suas percepções sobre saúde mental e comentou sobre as principais motivações para a criação do programa neste momento. Confira!
>Para você, o que é saúde mental?
É o “olhar para dentro” de uma forma 360º, não só para o nosso interior, mas para tudo o que a gente representa. É o equilíbrio, a consciência do que somos como corpo, mente, [espírito e consciência também,]… dessa integridade do que somos e o quanto que esse olhar começa de dentro para fora.
> O que motivou a criação do programa Mind?
Quando voltei de licença-maternidade, em 2016, recebi algumas provocações com relação ao assunto, de advogados que estavam atuando fora, curiosos sobre o tema… É evidente que essa já era uma pauta dos RHs globais e eu tinha proposto um desafio para nós [Mattos Filho] fazermos isso o quanto antes, mas não tínhamos a estrutura que temos hoje para lidar com o assunto.
Além disso, o tema ainda era muito distante da nossa liderança e do mercado jurídico em geral. Mas esse “intervalo” foi importante para o fortalecimento do assunto e, de maneira indireta, outras ações aqui do escritório nos ajudaram. Aos poucos, entendemos mais sobre a complexidade do que é estar, do que é trabalhar, do que é ser uma pessoa saudável de todas as formas. Então, durante um ano, preparamos o programa, que foi lançado no início do mês.
O mercado jurídico está começando a olhar pra isso [agora]. Na verdade, o mercado de RH como um todo. Fui ao CONARH 2019 recentemente e o tema era #HUMANIZE – Até pensei “nossa, o RH também entendeu que a humanização é importante”, porque o RH também não é preparado para isso.
O mundo está olhando para isso. Até com a transformação digital, a gente fala muito do papel do ser humano, dessa coisa da cognição… Nunca se falou tanto sobre o quão importante é a mente humana agora, porque tem coisa que a gente vai poder automatizar, tem coisa que não. Temos falado muito sobre o valor do ser humano nas empresas. Então são muitas coisas, mas ainda vejo o mercado jurídico engatinhando [com relação a esse assunto]. Talvez o Mattos Filho seja um dos precursores, mas acho que esse é o tipo de coisa que pode e deve gerar uma corrente do bem [entre os demais escritórios].
> O que podemos esperar do Mind e como ele poderá contribuir para a vida e o dia a dia dos nossos profissionais?
Uma coisa que eu tenho falado, muito em linha com a liderança do escritório, é que o Mind precisa ser um manifesto, algo com que a gente se importa. Mais do que um programa, vejo o Mind como uma causa, com dois vetores e o programa, de fato, com as ações:
1) Gestão (do trabalho, do tempo e de pessoas), com nossa liderança entendendo e conhecendo mais sobre o assunto, para que a gente possa circular nesse tema de uma maneira mais confortável e mais sensível; e
2) Protagonismo, afinal, todo mundo é humano. A partir disso, surge uma temática que, para mim, talvez seja o pilar mais importante, que é o autoconhecimento.
Em nenhum momento, estamos falando que basta apertar um botão [e tudo se resolverá], nem olhando apenas “o copo cheio”. Sabemos que existe um problema [relacionado a stress e pressão] e, por isso, precisamos trabalhar de uma maneira diferente para que o Mattos Filho seja um ambiente cada vez mais saudável nesse sentido e também porque o mundo exige isso da gente. Gosto de dizer que isso [saúde mental] não é um assunto só de Desenvolvimento humano.
> Quais feedbacks você tem recebido com relação à criação do Mind?
Dos feedbacks que eu recebi diretamente, ouvi que essa é uma atitude importante do escritório, que somos corajosos por lidar com esse assunto… Recebi, também, um feedback maravilhoso de um advogado que acabou de voltar de LL.M. “Renata, nunca vi um programa tão importante na minha carreira e não vejo ninguém olhando para essa temática lá fora como vocês estão olhando”. De maneira positiva, a gente está recebendo muitos feedbacks pela forma como estamos lidando com o assunto.
O que não estão me falando, mas que eu já sei: não é um assunto simples. Vivemos em um mundo de high performance. O maior desafio aqui é: como a gente, em um mercado de excelência, premium, competitivo e com foco no cliente, consegue trabalhar com equilíbrio? Isso é um desafio global, para mim, para você, para todo mundo.
> Quais serão as próximas ações do Mind no escritório? Pode compartilhar alguns spoilers conosco sobre o que teremos nos próximos meses?
Teremos mais especialistas do ramo da saúde fazendo palestras sobre o tema para os nossos profissionais, estamos estruturando ações voltadas para mindfullness e yoga, vamos viabilizar sessões de massoterapia… A gente também quer promover mais ciclos de debates com protagonistas internos – pessoas que querem abraçar essa oportunidade, mesmo.
Que [o Mind] seja uma causa, com cases reais e que [o programa] traga conhecimento que possa ser compartilhado com o nosso mundo. Porque ele foi feito para quem está precisando desse apoio. Não é algo simples, fácil, que depende só das iniciativas do programa, apesar de termos um objetivo muito forte de ajudar quem precisa. O Mind depende das pessoas [quererem participar] também.